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Smart Glasses - Óculos Inteligentes: Inovação ou Invasão de Privacidade?

Os óculos inteligentes (smart glasses) são dispositivos que combinam tecnologia e visão, permitindo aos utilizadores aceder a informações em tempo real, tirar fotos e até gravar vídeos, tudo ao alcance dos seus olhos. Embora sejam inovações fascinantes, trazem consigo uma série de preocupações, desde o impacto na saúde visual até questões éticas relacionadas à privacidade.


Ray Ban Smart Glasses


O Que São Óculos Inteligentes?


Os óculos inteligentes, como os modelos lançados por gigantes da tecnologia como Google e Facebook, são dispositivos "wearables" equipados com câmaras, microfones e ecrãs embutidos. São concebidos para oferecer uma experiência de realidade aumentada (AR), permitindo aos utilizadores aceder a dados digitais diretamente no seu campo de visão. Por exemplo, é possível ver notificações de mensagens, direções de mapas e até executar comandos de voz sem olhar para o telemóvel.


Contudo, estas funcionalidades trazem preocupações sobre o impacto a longo prazo na saúde ocular e a potencial invasão de privacidade.


Impactos na Saúde Visual


O uso de óculos inteligentes levanta questões sobre como estas tecnologias podem influenciar a saúde dos olhos, especialmente quando usadas por períodos prolongados. Estudos recentes apontam que a utilização de dispositivos digitais próximos aos olhos pode causar fadiga ocular digital (também conhecida como Síndrome da Visão de Computador). Esta condição ocorre devido ao uso prolongado de ecrãs digitais, causando desconforto, visão turva, dores de cabeça e olhos secos .


Além disso, a realidade aumentada nos óculos inteligentes pode exigir que os utilizadores mudem constantemente o foco dos olhos entre o mundo físico e os elementos digitais, o que pode aumentar o esforço ocular e levar ao desenvolvimento ou agravamento de problemas visuais, como a miopia .


Privacidade e Smart Glasses: Um Problema Real?


Embora os óculos inteligentes prometam tornar a vida mais conveniente, as questões de privacidade são uma preocupação crescente. Com câmaras e microfones discretos, esses dispositivos podem capturar imagens e gravações sem o conhecimento das pessoas ao redor. Este aspeto levanta dúvidas sobre consentimento e a possibilidade de uso indevido de dados visuais e sonoros.


Um estudo da Privacy International destacou que a maioria das pessoas não se sente confortável com a ideia de ser gravada em público por dispositivos tão discretos como óculos inteligentes . Além disso, a legislação de proteção de dados, como o RGPD (Regulamento Geral de Proteção de Dados) na União Europeia, pode não acompanhar totalmente o avanço dessas tecnologias, criando uma "zona cinzenta" em termos de privacidade.


O Futuro dos Óculos Inteligentes: Evolução ou Retrocesso?


Os óculos inteligentes continuam a evoluir, com novas versões a prometer melhorar a experiência do utilizador, como baterias mais duradouras e sistemas de processamento mais rápidos. No entanto, é essencial que os fabricantes considerem seriamente os impactos na saúde visual e a necessidade de proteger a privacidade dos utilizadores e daqueles que os rodeiam.


A implementação de alertas de pausa para descanso visual e a limitação do tempo de uso contínuo podem ser medidas preventivas para mitigar os efeitos na visão. Além disso, a transparência sobre como e quando as gravações são feitas é fundamental para garantir a confiança do público.


Conclusão


Os óculos inteligentes representam uma inovação tecnológica emocionante, com o potencial de transformar a maneira como interagimos com o mundo digital. No entanto, é essencial considerar as implicações na saúde visual e as questões de privacidade. À medida que a tecnologia evolui, também devem evoluir as regulamentações para garantir que estas inovações sejam seguras e respeitem os direitos dos indivíduos.



Referências

  1. Rosenfield, M. (2016). Computer vision syndrome: a review of ocular causes and potential treatments. Ophthalmic and Physiological Optics, 36(5), 502-515.

  2. Ip, J.M., Rose, K.A., Morgan, I.G., Burlutsky, G., Mitchell, P. (2008). Myopia and the urban environment: Findings in a sample of 12-year-old Australian school children. Investigative Ophthalmology & Visual Science, 49(9), 3858-3863.

  3. Privacy International. (2020). Wearables and Privacy. Retrieved from privacyinternational.org

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